O que você quer ser quando crescer? O brasileiro Luiz Rocha já sabia muito bem essa resposta: biólogo. O amor pela vida marinha cresceu junto com ele e, literalmente, cruzou oceanos. Hoje ele é reconhecido por um dos maiores prêmios internacionais concedidos a pesquisadores.
“Decidi ser biólogo quando tinha cinco ou seis anos de idade e sempre senti essa atração de ir para o oceano e admirar a vida marinha”, diz em comunicado. Após completar sua formação como biólogo no Brasil, Luiz concluiu doutorado em Ciências Aquáticas e da Pesca na Universidade da Flórida, nos Estados Unidos.
Hoje, considerado um especialista mundial em ictiologia (o estudo dos peixes), lidera quatro ou cinco expedições de mergulho da Academia de Ciências da Califórnia todos os anos, onde é professor e considerado o Herói da Ciência.
Luiz é um dos poucos pesquisadores capazes de mergulhar e guiar expedições em águas superprofundas, que podem chegar até 150 metros. Um trabalho que exige equipamento especial e um rigor máximo na execução. Apenas um mergulho pode ser feito por dia, para não afetar a saúde do corpo.
Nas profundezas do mar
Mas qual é o objetivo de mergulhar em locais desconhecidos, embaixo d’água? Desenvolver pesquisas inéditas sobre a vida marinha, sem afetar esse ecossistema.
“Para estudar águas em profundidade, você tem três opções: usar um submarino, um veículo remoto ou fazer mergulho técnico. Se eu estudasse corais ou esponjas, o submarino seria interessante. Mas como estudo peixes não tem como usar esse tipo de veículo porque eles se assustam com o motor ou com as luzes e se escondem”, conta Luiz no comunicado.
E é com essa habilidade que Luiz se prepara para mais uma missão, dessa vez nas Maldivas. Em parceria com o governo de lá, e com o apoio do prêmio Rolex, Rocha e sua equipe vão estudar recifes de corais profundos no Oceano índico, além dos efeitos do aquecimento global no oceano. Luiz espera encontrar exemplares de fauna marinha jamais vistos, usando como base suas pesquisas feitas aqui no Brasil e nas Filipinas.
“Quero proteger os recifes de coral, porque são derivados únicos de um processo evolutivo de milhões e milhões de anos. Para mim, são como arte”, finaliza.
Prêmio Rolex de Empreendedorismo
Sua dedicação, trabalho e projeto rendeu um dos maiores prêmios internacionais concedidos a pesquisadores e exploradores do mundo. O Rolex Award Enterprise de 2021 agraciou Luiz e apenas mais quatro pessoas em todo o planeta.
A empresa tem apoiado indivíduos com projetos inovadores que visam melhorar a vida no nosso planeta, expandir conhecimento, solucionar grandes desafios e preservar o patrimônio natural e cultural para as futuras gerações.
Criada em 1976, a iniciativa é super seletiva. Das 35.500 candidaturas desde o começo da iniciativa, somente 155 pessoas foram reconhecidas. O Brasil integra mais uma vez esse grupo seleto com a premiação de Luiz Rocha.
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