Há mais de um ano, as máscaras têm sido uma das grandes aliadas da nossa saúde. Um item fundamental na proteção contra a Covid-19 e para frear a transmissão do vírus. E enquanto ela salva nossas vidas, a gente vai lá e a torna vilã para outras, com o descarte incorreto desse objeto.
Provavelmente você já viu alguma máscara de proteção jogada no chão enquanto caminhava. Esse cenário é cada dia mais comum. Especialistas estimam que mais de 12 bilhões de máscaras foram descartadas nesse um ano de pandemia, só no Brasil.
O descarte inadequado não deixa só a cidade suja, não. Prejudica também o solo, os rios, os mares e aumenta ainda mais o risco de contaminação pela doença. E antes fossem só os equipamentos de proteção individual. Os EPIs se juntam as outras 10 milhões de toneladas de plástico que chegam ao mar, por ano.
Outro ponto importante é no impacto à vida selvagem. Um estudo publicado pela revista Animal Biology resume casos como o pinguim achado morto no litoral de São Paulo após ingerir uma N95, o pássaro que ficou preso em uma máscara cirúrgica na Holanda e outros.
Reforçando que o objetivo aqui é aprender a usar e descartar o material de forma correta. Deixar de usar máscara neste momento? Nunca (até mesmo se você já foi vacinado).
Máscara de pano
As máscaras de pano se tornaram uma ótima opção, em destaque quando a pandemia começou. Com a alta demanda das máscaras cirúrgicas para os hospitais e a falta do produto no mercado, os tecidos foram a alternativa para proteger o máximo de pessoas possível e o mais rápido.
De bichinho, quadriculada, lisa, ela precisa ter três camadas (entre algodão e polipropileno) para ser eficaz. Feita e usada da forma correta (sem nariz para fora), ela é a terceira melhor para proteger do novo coronavírus, segundo estudos realizados pela Universidade Duke, nos Estados Unidos.
Máscara cirúrgica
Considerada a segunda mais eficiente na prevenção da Covid-19, a máscara cirúrgica também precisa ser de três camadas, com uma manta filtrante e de acordo com as normas da ABNT.
Lamentavelmente, ela é a mais poluente, já que quando passa as quatro horas de uso precisa ser descartada. Não dá para lavar e nem deixar descansar.
Máscara PFF-2
A peça facial filtrante é a mais indicada contra o novo coronavírus. O modelo costuma ser mais utilizado por profissionais da saúde, mas tem se popularizado ultimamente.
Quem não pode ficar em casa e precisa estar em ambientes considerados de alto risco de contaminação (transporte público, supermercados, clínicas, escritórios etc.), também se aconselha a usar a PFF-2.
Neste caso, é preciso ficar atento a falsificação das máscaras, checando se o produto possui o selo do Inmetro e consultando o número de Certificação de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho (você pode consultar no próprio site do governo federal). Os elásticos aqui vão na cabeça e não na orelha.
Geralmente a peça é de uso único. Usou, descartou. Mas na pandemia, com cuidados, ela pode ser reutilizada por até cinco vezes. Basta:
– deixar o EPI “descansando” por no mínimo 7 dias (o mais indicado pelos especialistas), em ambiente arejado, sem luz solar direta;
– não lavar e nem higienizar com álcool, água ou outro produto.
Como descartá-las
A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) reforça para descartar a máscara dentro de um saco plástico (caso a lixeira não tenha), amarrar bem forte e jogar no lixo comum, conhecido como o lixo do banheiro.
A recomendação é não jogar em lixo reciclável e nem nas lixeiras das ruas! Muito menos no chão, certo? Isso pode colocar em risco a vida de trabalhadores dos barracões de reciclagem e da coleta, além de poluir ainda mais. O ideal é esperar chegar em casa e descartar no lixinho do banheiro.
Caso prefira, pode tirar o elástico da máscara e descartar junto, apenas para evitar acidentes caso a máscara se “desprenda” no caminho.
Use máscara, se proteja. Salve sua vida e também dos outros seres vivos.
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