Brasileiros entram no livro dos recordes por reconstruir casco de jabuti com prótese feita em impressora 3D

//
O designer Cícero Moraes. Foto: Divulgação (Animal Avengers)

A tecnologia em prol do meio ambiente! A primeira prótese de casco de jabuti feita em impressora 3D é do Brasil. Além de salvar a vida de Freddie, uma jabuti fêmea, o feito entrou para o Guiness Book, o livro dos recordes.

A jabuti teve quase 100% do seu casco original queimado em um incêndio florestal no Cerrado, na região de Brasília. Ela foi encontrada por um casal na beira da estrada e levada até dois irmãos veterinários, Rodrigo e Matheus Rabello. Ao chegar, seu corpo já estava sendo devorado por larvas de moscas. A dupla contou ainda que no processo de recuperação ela sofreu duas crises de pneumonia e ainda ficou 45 dias sem comer.

Mas, calma! Essa história tem um final mais que feliz. E mostra como as inovações tecnológicas podem (e devem) ser aliadas do meio ambiente e do nosso ecossistema.

O processo

Os irmãos veterinários trabalham com cirurgiões dentistas e um designer. O designer Cícero Moraes é o inventor da prótese. Ele utilizou uma técnica chamada de fotogrametria, que se baseia em fotos para fazer a reconstrução. Esse método é muito usado também por arqueólogos para reconstruir crânios, cenas de crimes e até para construções arquitetônicas.

Além disso, Moraes recorreu a um amigo que tem um jabuti de estimação. Toda a estrutura do animal foi fotografada e a volumetria foi inteiramente remodelada a partir dessas imagens.

Foto: Reprodução (Cícero Moraes.com.br)

Foi feita a criação gráfica em um programa gratuito. Um dos momentos mais desafiadores do processo já que eles nunca tinham feito isso e não podiam errar de jeito nenhum a medição. Em seguida, o projeto foi encaminhado para a impressão 3D. Foram mais de 160 horas para imprimir as quatro peças.

As impressões foram feitas pelos cirurgiões dentistas Paulo Miamoto e Paulo Esteves, que limparam e prepararam as peças para que fosse feita a cirurgia posteriormente. A prótese custou cerca de R$ 160, feita de ácido polilático (PLA), um material biodegradável. A equipe de cirurgia foi coordenada pelo veterinário Roberto Fecchio.

Uma segunda chance

Antes de bolarem o projeto, Freddie chegou tão machucada que consideraram a eutanásia. Mas a equipe do Animal Avengers, como eles são conhecidos, viu que a jabuti era persistente e mais que merecia uma segunda chance.

A iniciativa foi um sucesso, mas o que realmente iria determinar isso era o pós-cirúrgico da jabota. Quando a anestesia passou, imediatamente se escondeu dentro do novo casco. A prova de que, depois de tudo o que aconteceu, ela se sentia em casa novamente.

Para fechar com chave de ouro, Freddie ganhou ainda uma repaginada do artista plástico Yuri Caldeira. Ele se dedicou a criar uma pintura a base de tinta acrílica na prótese, recriando, em detalhes, a aparência real da estrutura do casco do animal.


Agora Freddie vive em uma chácara que recebe animais silvestres resgatados, em Brasília. O casco funcionou como um curativo. Por baixo da prótese cresceu um tecido no corpo dela semelhante ao casco natural, em termos de dureza e resistência.

Que maravilha! De ora em diante, a jabuti pode chegar aos seus 100 anos, já que está mais saudável. Essa é a expectativa de vida do animal. O designer Cícero Moraes já se dedica a uma nova missão: reconstruir uma prótese facial para um cão queimado no mato.

Acompanhe as últimas notícias do meio ambiente no Festival da Sustentabilidade!

1 comentário em “Brasileiros entram no livro dos recordes por reconstruir casco de jabuti com prótese feita em impressora 3D”

Deixe um comentário

BR4 Branding
Av. Cons. Julius Arp, 80
Bloco 11, Galpão 104
Centro, Nova Friburgo.