Uma invenção que quer acabar com o descarte irregular de roupas e ao mesmo tempo inovar os setores de decoração e construção civil. Conheça a FabBrick, a marca que constrói tijolos com roupas velhas.
A ideia foi da francesa Clarisse Merlet. Enquanto estudava Arquitetura na faculdade, ela ficou impactada como a construção é uma indústria que polui e ainda gasta muita energia. Foi aí que veio o pensamento de construir de uma forma diferente.
Primeiramente ela pensou em utilizar como base materiais que são descartáveis como garrafas e copos de plástico e papelão. Até pensar no descarte de roupas. A indústria da moda é também uma das que mais polui no mundo e as roupas velhas e furadas raramente têm uma destinação ambiental correta. A maioria acaba em aterros sanitários, aumentando ainda mais os resíduos.
Na França, por exemplo, são descartadas 4 toneladas de resíduos têxteis por ano. Menos de um terço desse número é coletado para reaproveitamento ou reciclagem no país.
Propondo uma resolução
Que tal propor uma resolução para esses dois setores que impactam negativamente o meio ambiente? Assim surgiu a FabBrick. A palavra é uma junção de fabric (tecido) e brick (tijolo).
O tijolo de roupas velhas é feito com duas a três camisetas de material picado. Os tecidos são moídos e depois misturados a uma cola ecológica que também é invenção de Merlet. Após esse processo, são prensados em um molde. Esses tijolos úmidos são então removidos do molde e deixados para secar por duas semanas antes de poderem ser usados. O resultado: tijolos resistentes ao fogo e à umidade e com excelente potencial de isolamento acústico e térmico.
Por enquanto, esse tijolo não pode ser usado na construção de partes estruturais de uma edificação. No momento, ele é utilizado para fazer paredes internas e objetos de decoração. Mas Clarisse já está em busca de formas de produção que possam mudar esse cenário e permitir que os tijolos sejam, de fato, empregados em toda a construção.
Desde 2018, quando foi criada, a marca já garantiu que 18 toneladas de roupas velhas deixassem de ir para aterros. E ajudou as empresas a lidar a reutilizar seus resíduos têxteis. No site, Merlet conta qual é seu objetivo.
“Gostaríamos de conscientizar as pessoas sobre a oportunidade que a reciclagem de resíduos representa, bem como desafiar aqueles que os produzem. Para tal, devolvemos às empresas os resíduos têxteis que produzem, depois de os terem transformado em produtos de design ou decoração de interiores, para que percebam a quantidade de resíduos que produzem anualmente”.
Para os próximos anos, ela vem pesquisando jeitos de utilizar também máscaras descartáveis no processo, eliminando mais um problema que se potencializou com a pandemia.
Os tijolos ainda não existem no Brasil, mas esse também é um ponto que Clarisse quer mudar: expandir a proposta e leva-la para diversos países. Tomara que chegue logo por aqui!
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