Com parte da população se tornando mais envolvida com as questões ligadas ao meio ambiente, a cada dia a busca por um modo de vida sustentável aumenta. Por isso, a procura por produtos pessoais e domésticos que sejam bons para a natureza também cresce.
Mas é preciso ter cuidado. Diversas empresas estão utilizando uma comunicação com apelo ecológico apenas para atrair o consumidor e manter seus lucros. É o chamado greenwashing.
O termo greenwash surge em 1989, em um artigo da revista New Scientist. Dois anos depois foi substantivado como greenwashing. Na tradução literal seria uma lavagem verde. A cor foi escolhida em referência ao movimento ambientalista. Já o washing é uma analogia a brainwashing (lavagem cerebral).
Explicando na prática. É quando a empresa relaciona a sua imagem à defesa do meio ambiente, mas na verdade não utiliza práticas que colaboram com a minimização ou solução dos problemas ambientais que a sua produção causa. Muitas das vezes o seu modo de produzir impacta negativamente o ecossistema. É o famoso “quem vê cara, não vê coração”, ou nos termos mais diretos: uma propaganda enganosa.
E por quê essas marcas conseguem vender? A maioria já tem um nome popular no mercado. As pessoas, de boa fé, acabam comprando a ideia de que essa empresa não pode estar mentindo. É preciso mudar esse pensamento, ter olhar crítico e analisar muito bem aonde você está deixando o seu dinheiro.
Dezenas de empresas estão na lista do greenwashing
Em uma pesquisa inédita, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) analisou mais de 500 embalagens de produtos para verificar a prática do greenwashing. Com isso, dezenas de empresas brasileiras foram notificadas a prestar esclarecimentos sobre possíveis práticas enganosas e convidadas a adequar suas embalagens.
O Idec preparou um manual completo para fugir dessa roubada. O instituto ainda dá cinco dicas de como identificar um greenwashing. Confira:
1 – Fuja de alegações vagas
Evite produtos que contenham na embalagem palavras vagas como “ecologicamente correto”, “amigo da natureza”, “eco-friendly” e outros. Termos amplos como esses não podem ser usados nas embalagens dos produtos de acordo com a Norma ABNT ISO 14.021/2017.
2 – Verifique o(s) selo(s) das embalagens
E por falar em selos nas embalagens, é preciso verificar se os que aparecem no produto estão de acordo com os órgãos vinculados ou se até mesmo existem! Basta procurar pelo nome do selo na internet e checar a listagem das empresas cadastradas e aptas. Conheça as certificações ambientais mais utilizadas no Brasil, como a FSC (Forest Stewardship Council), IBD (Instituto Biodinâmico), PROCEL e Ecocert. Além da certificação ISO 14.021. A presença destas certificações garante a veracidade das informações. É importante, se possível, verificar no site da certificadora se o nome da empresa consta no cadastro.
3 – Perceba a fala e a atitude da empresa
Não basta apenas falar que é amiga do meio ambiente. A empresa tem que agir em prol da causa. Verifique os discursos nos canais oficiais da instituição, como as redes sociais, e as ações em andamento ou previstas para evitar impacto ambiental negativo na produção, nos trabalhadores e nas vendas.
4 – Depois de ouvir a empresa, pesquise
Só a palavra da empresa não adianta. Se você encontrou uma autodeclaração ambiental no produto, verifique com o SAC da empresa a veracidade das informações.
5 – Acompanhe organizações que são preocupadas (e envolvidas) com a causa ambiental
Órgãos e organizações ambientais sempre estão de olho nas empresas que não estão cumprindo a tarefa de cuidar do meio ambiente. Em locais como Idec e Procon já se tem uma grande noção do que evitar (e cobrar!).
Quer ver algumas marcas que, infelizmente, estão na lista do greenwashing? O Idec disponibiliza nomes de empresas de setores como higiene, cosméticos e utilidades domésticas neste link.
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